Jogo e Sensibilidade

06-01-2009 21:11

À medida que o tempo avança, o nosso planeta torna-se num lugar cada vez mais frio e sem cor. As mentalidades mudam e o número de pessoas insensíveis às desgraças mundias cresce.
Segundo Ricardo Reis, eram o xadrez e os seus jogadores que simbolizavam o desprendimento egoísta da realidade cruel da vida. O jogo porque prende as almas e os jogadores porque se deixavam prender.
No momentos presente, a comunicação social é o jogo e nós os seus jogadores.
Os media, destacando-se a televisão, têm demonstrado um mundo com uma cor negra em que os dias são compostos por desgraças. Ao fazerem-no, banalizam tanto o sofrimento das pessoas que quem assiste já não o sente, ficando, deste modo, indiferente à dor, à pobreza, à guerra.
Agravantes destas situações são as atitudes dos jornalistas, actores, apresentadores e de todo o resto da equipa televisiva. Ao mostrarem-se frios, falando, por exemplo, de um caso de violência doméstica, com um sorriso nos lábios, diminuem o impacto que poderia ser causado no espectador.
Sinto-me triste e penso no que se está a passar nos outros sítios do mundo. É grande a dor ao perceber que os nossos problemas são reduzidos a acontecimentos comuns quando os media os tentam engrandecer. E também sei que a culpa é nossa, que se não houvesse espectadores, os media não tinham sucesso, tal como se não houvesse jogadores, o xadrez também não existiria.
Mas também me pergunto: Se os media não existissem, teria eu conhecimento dos acontecimentos do outro lado do mundo? Então, respondo: Se jogarmos menos, menos sensibilidade existirá.

Andreia Geraldo, 12ºE

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